outroscaminhos @ 21:36

Sex, 24/10/08

 

Talvez seja tão simples, tolo e natural
que nunca tenhas parado para pensar:
Aprende a fazer bonito o teu amor.
Ou fazer o teu amor ser ou ficar bonito.

Aprende, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...
Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais,
profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.
Mas esbarram na dificuldade de se tornarem bonitos.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados,
tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí, esses amores que são verdadeiros,
eternos e descomunais, de repente se percebem
ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos:
cobram, exigem, rotinizam, descuidam, reclamam,
deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem,
precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões.
Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem)
de reivindicar, de exigir justiça,
equidade, equiparação, sem atinar que o que
está sem razão talvez passe por um momento de sua vida
no qual não possa ter razão.
Nem queira!!!
Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor,
pois é invocado com justiça, mas na hora errada.
Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Põe a mão na consciência.
Tens a certeza de que estás a fazer o teu amor bonito?
De que estás a tirar do gesto, da acção, da reacção,
do olhar, da saudade, da alegria do encontro,
da dor do desencontro a maior beleza possível?
Talvez não.
Cheio ou cheia de razões, separas do amor
apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas,
quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar
melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre e,
sofrendo, deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não temas o romantismo.
Derruba as cercas da opinião alheia.
Faz coroas de margaridas e enfeita a
cabeça de quem amas.
Sai cantando e olha alegre.
Recomenda-se: encabulamentos, ser apanhado
em flagrante a gostar, não se cansar de olhar e olhar,
não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre ...
se possível com beijos ...
"aquela conversa importante que precisamos ter",
arquivar, se possível, as reclamações
pela pouca atenção recebida.
Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção
pode ser toda a atenção possível.
Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção
cobrando a que deixou de ter.
Não teorizes sobre o amor
(deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida
como criança de nariz encostado na vitrine
cheia de brinquedos dos nossos sonhos);
não teorizes o teu amor, AME.

Segue o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenhas medo exactamente de tudo o que temes,
como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade
do tamanho do amor que sentes;
não resultar e depois vir a sofrer
(sofrerás de qualquer maneira).

Termina todas as jogadas, estratagemas,
golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes
(não é sábio ser sabido): sê apenas tu
no auge da tua emoção e carência,
exactamente aquele tu que a vida impede de ser.

Sê tu mesmo cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando asneiras, mas criando sempre.
Gaguejando flores.
Sentindo o coração bater como no tempo de Natal infantil.
Revivendo os caminhos que intuiste em criança.
Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.

Deixa o teu amor ser a mais verdadeira
expressão de tudo que és.

Se o amor existe, o teu conteúdo já é manifesto.

Não te preocupes mais com ele e com as suas definições.
Cuida agora da forma.
Cuida da voz.
Cuida da fala.
Cuida do cuidado.
Cuida de ti.
Ama-te o suficiente para ser capaz de gostar do Amor
e só assim poder começar a tentar fazer o outro Feliz.

 

Arthur da Távola

 

 

 

 

 

( O meu amor, o nosso amor... é muitíssimo bonito e verdadeiro. Nós temos uma razão: “I was made for you and you for me”. Nós somos duas metades que quando se unem tornam-se num só! Juntos somos felizes. AMO-TE <3 )
 
 
Joana Beites.

 

 

 


música: The story - Brandi Carlile
sinto-me: completa

Depois de concluirmos uma etapa, e porque a vida não pára, chegam novas aventuras e novas descobertas por novos caminhos....
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