outroscaminhos @ 18:27

Sab, 15/03/08

   Numa instituição que se rege pelo voluntariado, a Acreditar tem-me proporcionado uma grande experiência na medida em que me permite ter um contacto cada vez mais aberto com uma realidade que até há bem pouco tempo era desconhecida para mim.
    Com todo o projecto temos vivido situações que nos despertam cada vez mais para esta causa nobre e de importante valor social e, embora apenas fazendo pequenos trabalhos de voluntariado, sentimos o que é ser voluntário, o que é querer ajudar sem termos nada em troca, o que é estarmos ali para quem nos quer, nem que seja para brincar, para ajudar, no que for preciso.
    Para além daquilo de que nós nos apercebemos por “conta própria”, os relatos que nos têm sido transmitidos por voluntários que já praticam esta actividade há mais tempo marcam-nos muito, não só pela frieza e dureza de algumas histórias mas também porque denotamos o gosto, o prazer e a vontade com que eles estão ali. Lidar com situações de perda, lidar de perto com a morte, com a doença e com a tristeza dos outros nem sempre é fácil, mas dar-lhes alegria, alento, força de viver, transmitir mensagens de esperança é o objectivo de todos aqueles que fazem voluntariado na Acreditar.
   Em todas as entrevistas houve frases que me marcaram como “ O grito de uma mãe que se apercebe que o seu filho morreu é muito marcante. Fica no ouvido durante muito tempo.” ou “ Há situações que são tão positivas que apagam as negativas. Chegou cá num estado muito grave, saiu como uma criança normal.”.
   Todas estas histórias me marcaram, talvez porque de algum modo as compreenda, talvez porque de algum modo as veja de um ângulo diferente. Todas as histórias são importantes e, neste mundo de tudo ou nada que se vive ali, onde “o que conta é uma hora de cada vez” como nos disse uma mãe, nós crescemos como pessoas, como seres humanos e aprendemos uma coisa de que muitos de nós precisamos: aprendemos a encarar a realidade, os problemas, a tentar superá-los seja de que maneira for, e aprendemos, acima de tudo, a relativizar os nossos problemas.
   Por tudo isto ser voluntário não é ser Herói, não é ser mais nem menos do que os outros. Ser voluntário é ter um coração aberto, ser humilde e saber ajudar sem ter medo da resposta, sem ter medo do que pode ou não vir a acontecer. Ser voluntário ensinou-me uma das coisas mais importantes do mundo: o que importa é única e exclusivamente o momento.    
   
Amadeu Martins
 


Depois de concluirmos uma etapa, e porque a vida não pára, chegam novas aventuras e novas descobertas por novos caminhos....
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