No mundo de criaturas
Eu vi a coisa
E só não vi
Aquilo que não existia
Eu fui ao meu interior
Para ganhar coragem
(a coisa era mesmo feia)
Reparei melhor quando olhei de novo
Mas a alface não estava lá
Não existia
No mundo de criaturas
Eu vi a coisa
E só não vi
Aquilo que não existia
A coisa sorri falso
Que fazer? Apetece-me vomitar!
É que ainda por cima vi
O lugar vazio no meio da penugem
Ai, ai, ai! A coisa não vira.
Ou é inexperiente
Ou é impotente
Ai, ai, ai! A coisa não vira!
Hey ohh...a coisa é um híbrido!
Hey ohh...a coisa é um híbrido!
Nádia Correia nº 8 & Maria Inês nº 11
Nasceu um novo Ícaro. Mais experiente, tentará vencer o sol. Tentará dar um fim diferente à história que alguém escreveu para ele.
É mais perspicaz que o outro porque tem outro tipo de sonho. Não é tão irreal, não é tão ingénuo. Tem a agilidade de um gato preto, as asas de uma águia e a força de uma multidão. É duro e é estratego.
Mas, sobretudo, tem a vontade de voar intrínseca nele; tem as noites ocupadas com os sonhos frios que não são sonhos ; que ele sabe que serão o seu futuro. Que são o passado. Só não são o presente. O presente é o sonho quente que está a ter agora.
E tem memórias vazias da morte do outro, o Ícaro que caiu. E chora pelo outro, que já foi ele. E que já não é nada.
E é este Ícaro de pulso marcado pela força e pela inteligência,
Inês Barão, nº11
Nesta época de frio e de testes os pensamentos recaem sobre as férias de Natal, mais concretamente naqueles dias que passamos com as pessoas de quem mais gostamos.
Afinal parece que o frio sempre aproxima as pessoas.
Nos dias de hoje o melhor presente que se pode receber e dar, no dia 25 de Dezembro, é a companhia de familiares e de amigos.
Infelizmente nem todos têm essa sorte e para esses deixo aqui os meus sinceros desejos de que isso mude.
Espero que as férias cheguem rápido e que até la todos se esforçem o máximo para depois terem as tão merecidas férias
Carlos Simão #5
Vivemos a vida tão a correr que deixamos passar pequenas coisas do nosso mundo que merecem uma admiração especial.
Acordamos de manhã tão apressados que, em vez de olharmos para a janela e apreciarmos o nascer do sol, pensamos que estamos atrasados e que temos que nos despachar para mergulhar num mar de correrias e stress.
Comemos qualquer coisa, sempre com pressa, não vá o dia que ainda agora começou terminar, e nem degustamos aquilo que comemos ignorando que essa refeição é uma bênção que não chega a todos.
Percorremos o caminho que nos leva à escola ou ao emprego sem olhar para as pessoas, sem lhes dizermos bom dia. Dir-me-ão que não conhecemos todas as pessoas, responderei que um bom dia e um sorriso não se negam a ninguém.
Se não apreciamos as pessoas também não apreciamos o caminho, as árvores, os carros, os sons, tudo o que nos rodeia.
Chegamos finalmente ao nosso destino, encontramos caras conhecidas a quem sorrimos, mas sorrimos tão depressa... Claro, não podemos parar porque temos muito que fazer que nem sabe a sorriso, nem sabe a carinho, a compreensão, a amizade ou afecto.
O dia continua e nós continuamos a fazer tudo com a mesma pressa, com a mesma brevidade e ignorando aquilo que, de facto, vale a pena.
E no fim de cada dia, quando nos deitamos, o que é que fica? Estamos cansados, mas não aproveitámos nada de bom, nada de mágico, temos apenas mais um dia do que ontem.
Se calhar é melhor começarmos a dar mais atenção a pequenas coisas! É que é bom viver ocupado e activo, mas há tantas coisas que valem mesmo a pena apreciar e que não esperam por nós a vida toda...
Ana Silva
Tiago Mendes
Finalmente temos um rumo "fixo" para o nosso trabalho.
Já enviámos alguns e-mails a uma associação de apoio à mulher e ao jornalista João Ferreira da SIC, cujo contacto nos foi fornecido pelo professor Geraldo Lages da nossa ESA e aguardamos resposta brevemente. Decidimos pesquisar um pouco acerca da emancipação da mulher em Portugal, visto que o nosso país será um dos que iremos abordar. Continuamos à procura de mais associações de apoio à mulher, pois achamos que estas nos poderão ajudar na realização do trabalho. Estamos igualmente a obter informações sobre o Afeganistão.
Por fim, encontrámos algo interessante, no site da associação CITE, (com a qual também iremos tentar entrar em contacto) sobre a diferença entre os conceitos de discriminação directa e discriminação indirecta:
Discriminação directa
Considera-se que existe discriminação directa sempre que uma pessoa seja sujeita a tratamento menos favorável do que aquele que é, tenha sido ou venha a ser dado a outra pessoa em situação comparável.
Discriminação indirecta
Considera-se que existe discriminação indirecta sempre que uma disposição, critério ou prática aparentemente neutro seja susceptível de colocar pessoas numa posição de desvantagem comparativamente com outras, a não ser que essa disposição, critério ou prática seja objectivamente justificado por um fim legítimo e que os meios para o alcançar sejam adequados e necessários.
Daniela Araújo
Abro a janela,
Sinto o cheiro da noite
Que se esconde lá fora.
Simples.
Não há luzes na rua,
O mundo adormeceu.
Um gato preto brinca no relvado.
Livre.
Vejo-a daqui, tão longe.
É o mundo sem pessoas,
O verdadeiro mundo.
É de noite.
A lua ilumina-me.
Ela entende-me,
Mas a noite é dela.
Invejo-a.
É de noite.
Amanhã é outro dia.
Nádia Abrantes