Um dia vou largar tudo, vou agarrar nos amigos de sempre, vou por a mochila às costas, vou entrar no primeiro comboio que aparecer na gare e conhecer o mundo inteiro.
Um dia vou faltar a uma reunião qualquer, vou caminhar até à praia e olhar o mar, vou sentir todos os grãos de areia acariciarem-me o corpo.
Um dia vou sair de casa na trovoada, vou deitar-me na relva e sentir cada gota da chuva fria no meu rosto.
Um dia vou puxar-te por um braço, vou levar-te comigo, vou mostrar-te tantas coisas, vou beijar-te a meio de uma frase.
Um dia vou. Hoje é o dia.
Nádia Abrantes
Nos semáforos da rua de Santa Catarina
Ao menos os teus olhos permanecem
verdes durante todo o ano
Poema de José Braga
Inês
"São os tímidos, os tímidos convictos, que têm a minha admiração. Não se impõem aos outros à força; quando falam, geralmente é porque têm qualquer coisa de importante para dizer, ouvem as nossas histórias até ao limite da paciência e são o ombro em que mais apetece chorar. Normalmente, são muito mais sábios porque perderam mais tempo a observar o que se passa à volta - e conseguiram fazê-lo sem serem notados.
Mas, acima de tudo, têm um sorriso que os extrovertidos geralmente não têm. Não é frequente, e por isso tem muito mais graça e depois começa num canto da boca e vai-se transformando num sorriso só aos poucos e poucos.
Uma grande vitória é quando conseguirmos que deixem um bocadinho de ser tímidos, ou que deixem de ser tímidos connosco - não vale usar copos para os desinibir. Para ser especial, é preciso que o tímido se sinta tão seguro que seja mesmo ele próprio. Que fale dele e das coisas que o chateiam, faça aqueles comentários cínicos de quem afinou muito bem as palavras antes de as dizer. Os tímidos escusam de trazer flores ou presentes no dia de São Valentim. Basta aparecerem!"
Isabel Stilwell, Notícias Magazine
Achei este texto engraçado, algo real e revi-me em determinados aspectos também
Daniela Araújo