Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
(...)
Não. Cansaço porquê?
É uma sensação abstracta
(...)
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(...)
Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...
Álvaro de Campos
Nádia Abrantes