Abro a janela,
Sinto o cheiro da noite
Que se esconde lá fora.
Simples.
Não há luzes na rua,
O mundo adormeceu.
Um gato preto brinca no relvado.
Livre.
Vejo-a daqui, tão longe.
É o mundo sem pessoas,
O verdadeiro mundo.
É de noite.
A lua ilumina-me.
Ela entende-me,
Mas a noite é dela.
Invejo-a.
É de noite.
Amanhã é outro dia.
Nádia Abrantes