Muitas vezes fechamos os olhos para o que nos faz sofrer ou então, num acto de desespero, viramos as costas. Mas tudo isto para quê? Se apenas a lembrança, a simples recordação, dói mais do que a realidade física.
Com o passar do tempo, a dor acumula-se e arrependemo-nos do que fizemos. Por isso, nunca devemos fechar os olhos ou, então, simplesmente não olhar para o que nos envergonha, para o que nos dói e para o que nos causa repulsa. Mas sim enfrentar, lutar e ajudar, para que os remorsos não sejam como uma voz, que nos mata lentamente.
Poderemos pensar que a melhor hipótese é fingir que aquilo que não quisemos ver nunca existiu, porém nunca ninguém nos disse que não ver é o melhor remédio e já o povo diz, há décadas, que o pior cego é aquele que não quer ver.
Por tudo isto, abram bem os olhos já que pode haver um milagre e a dor transformar-se em alegria e harmonia mental.
Tiago Mendes, nº10, 12º7