Um dia fomos crianças
De brincar além nas tardes de sol.
Pulávamos e sorríamos,
Fomos crianças à chuva,
Inconscientes como nos cabia ser.
Espantosamente tão sinceros,
Tão ligados pelo acaso.
Marcámos um laço espantoso,
Pouco próprio da ingenuidade,
Fomos um só por muitos momentos,
Docemente contemplados.
Um dia fomos crianças,
No dia de ontem que acabou.
Agora deixámos de ser crianças,
Mas essa infância ficou.
Nádia Abrantes