Aqueles pais... Talvez nós não imaginemos o que é. Talvez nem queiramos imaginar sequer. À medida que nos vamos integrando na casa e tendo mais confiança com os familiares das crianças temos contacto com uma realidade que nos faz pensar tanto!
De um momento para o outro a vida tranforma-se. Deixam tudo: o seu passado, os seus empregos, as suas terras, as suas famílias. Tudo para partirem para o maior desafio das suas vidas. Um desafio sem limites, sem um objectivo, onde cada momento é precioso, onde cada batalha ganha é um ponto para vencer a guerra. Mas também onde cada batalha deixa marcas que ficarão vincadas para sempre nas suas vidas.
Para além disto é um desafio onde nada se pode deixar demonstrar, nada pode transparecer porque são as crianças o mais importante e elas não devem perceber. Um sofrimento silencioso que acompanha a sombra escura do semblante.
Mas há uma coisa que serve de atenuante para todos estes pais. O tempo. Só o tempo ajuda na cicatrização das feridas. Depois de passarem por todas as fases que são normais neste processo (a fase da negação, a fase da raiva, a fase da dor...) tornam-se pessoas que para mim são fenomenais. Sim, porque não são só as crianças que são os Heróis desta batalha, os pais também têm um grande papel.
A relação entre os pais e os voluntários é marcada por uma grande cumplicidade onde a confiança e a amizade são elementos essenciais.
Por tudo isto, tiro o chapéu a todos estes pais e digo que tenho uma grande admiração por todos eles, porque são pessoas fortes, corajosas e muito, mas muito HUMANAS.
Para todos os pais que estejam a passar por situações delicadas que envolvem os seus filhos, lembrem-se sempre que de pequenas vitórias se ganha a guerra.
Amadeu Martins
Imagem da campanha "Livestrong" que ajuda crianças e pessoas com cancro
Lance Armstrong Foundation:
http://www.livestrong.org/site/c.khLXK1PxHmF/b.2660611/k.BCED/Home.htm