Com muito energia e ansiosos começámos esta nossa nova etapa...
Estávamos à porta do IPO e os nossos sorrisos e piadas (algumas sem piada nenhuma) mascaravam o nosso nervosismo e ansiedade. A pergunta mantinha-se no nosso subconsciente: o que é que vamos encontrar?...
Apareceu depois a voluntária Mª José que seria a pessoa que nos viria a dar mais informações sobre o que iríamos encontrar no 7º piso. Levou-nos até lá.
A porta deslizante abrira-se à nossa frente. Entráramos noutro mundo. Um mundo novo com muito para nos oferecer.
O branco incomodativo misturava-se com cores fortes de uma alegria aparente. O choro invadia todo o corredor. Começaram a surgir os primeiros rostos. Pedalavam nos seus triciclos, andavam por lá, mas sempre acompanhados. Não por pessoas mas por máquinas e produtos de que necessitam.
Fomos até a sala de estar/recreio onde começámos a fazer a actividade do origami. As crianças pareciam alheadas. Não eram crianças pela definição que temos. Não têm alegria nem vitalidade, nem aquela genica que as crianças têm. Estão doentes, débeis e muito frágeis. Mas vão melhorar.. é isso o mais importante.
Fizemos estrelas de papel para as iluminar, cães para lhes fazer companhia, laços, etc... Pareciam felizes. Mostravam sorrisos que eram sinceros.
O ambiente continua pesado mas já nos habituáramos. Máquinas a apitar, administração de medicamentos e soro, todo um movimento hospitalar.
Passámos para a actividade dos balões, que depressa se transformaram em brinquedos para aquelas crianças que, embora doentes, sabem o que é ser criança.
Para nós foi uma experiência muito enriquecedora que nos fez pensar, reflectir, saber agir e, talvez, sermos melhores pessoas. Nestes mundos é que se sabe o que é viver. Sabe-se o que são as leis naturais da vida. Prova-se a dor, a tristeza, por vezes a morte, mas saboreiam-se as vitórias, as curas e a vida.
O Grupo;